segunda-feira, 27 de julho de 2009

Vamos filosofar um pouco? Então Kant comigo!

Ontem lendo um texto de um homem com grande conhecimento em filosofia, recordei de quantos estudos realizei, em consequência de bolsas pesquisa, que me proporcionaram 4 anos com 100% de isenção de mensalidade na faculdade.
Mas não podia ter sido melhor, pois enquanto todo mundo fugia dessas matérias, eu adorava viajar pelos meridianos do ser humano, sempre apostando na teoria daquele que fosse desvenda-lo com mais profundidade.
É, vocês tem toda razão se me disserem que filósofos, sociólogos e até os pais da comunicação, expressavam-se de maneira complexa, e eu justificarei dizendo que para falar de assuntos tão complexos, restariam poucas expressões simplistas que conseguiriam dizer tudo.
Lembro-me ainda que adorei a primeira vez que li ‘O meio é a mensagem’, e daí logo pensei: Pois é como desvincular nosso conteúdo interior do ambiente no qual nos desenvolvemos? (uma interpretação particular minha).
E daí vi que uma coisa completava a outra, ou seja as teorias filosóficas, da comunicação, e etc em conjunto mostram várias facetas de uma única história: O ser humano procurando a sua essência.
Nossa identidade cultural, as regras da sociedade, a educação que nossos pais nos deram, e todo o repertório que por décadas vamos adquirindo, vão se entrelaçando dentro de nós de um jeito que podem acabar criando imensos ‘nós’, se não forem organizados.
Uma vez lembro ter estudado um livro de psicanálise do comportamento humano, de Jean-Marrie (não me lembro o sobrenome) que falava sobre atitudes que realizamos para nos sentirmos menos culpados e aceitos, como dar dinheiro no farol. Recordo-me claramente de pensar: Nossa! Queremos nos desculpar por sermos felizes! Por isso McLuhan para mim vai estar sempre tão atual: ‘...Meios geram ambientes que moldam os tipos de sociedades e as formas de vida, com conseqüências profundas no homem. É por isso que o meio é a mensagem’. É ele tem razão, o ser humano está sempre preocupado com o que os outros vão pensar, com o que vão dizer sobre mim, sobre você, sobre todos nós, e é a mensagem que os meios subliminarmente enviam de volta a nós.
Por isso eu pergunto: E o que nós pensamos sobre nós mesmos? Isso deveria ser o mais importante não é mesmo? Mas pra responder isso precisamos nos sentir independentes, meio que expatriados do nosso meio. E isso não é fácil, pois não falo aqui da independência numa atitude contraventora, que fere o direito do próximo, mas sim numa atitude de ciência de si mesmo.
Por isso eu gosto tanto de um cara, que lá da Prússia escreveu o seguinte: ‘...o conhecimento, não é o reflexo do objeto exterior. É o próprio espírito humano que constrói - com os dados do conhecimento sensível - o objeto do seu saber.’
(Immanuel Kant, descrito por Fichte, como 'a razão pura encarnada').
E eu acrescentaria: ‘leia, reflita, conheça a ti mesmo e alcançará a tua tão feliz liberdade!’
Então kant comigo!
Uma ótima segunda a todos.

Um comentário:

  1. Sensível e muito particular a maneira como você faz associações da filosofia com o jeito que vê a vida.
    Continuo entusiasmado com teus textos, dá prazer de ler.
    Abs
    Márcio

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