segunda-feira, 12 de abril de 2010

Recomeçar....todo dia é dia!


Hoje eu levantei tarde, porque há alguns dias estou em casa descansando, e com o peito aflito por algumas preocupações passageiras, porém novas em minha vida, eu resolvi ir ao cinema. Me arrumei, dei um jeito de subir na balança que está escondida debaixo da cama, e não muito satisfeita com o peso (porque ainda preciso aprender a me desligar desse assunto) eu segui para o cinema.

Resolvi ver o filme do Chico Xavier. Hoje era o dia certo, era o dia em que tudo o que eu precisava estava naquela sala, naquela tela, naquela história. E durante aquelas horas eu viajei, ....viajei por uma vida que vivia a bondade, inspirava a esperança, vivia entre aqui e acolá....o que veio a me confirmar mais uma vez que a vida é muito mais....

Muito mais do que os olhos podem ver, muito mais do que os efêmeros problemas do dia a dia ou da minha conta bancária....muito mais do que um medo de falhar neste ou naquele empenho, a vida é além.....aqui é só uma passagem.

E isto me levou àquela minha velha pergunta de sempre: E aí Nancy, o que você está fazendo? Por que você está sendo ou fazendo? E então eu respirei fundo....senti meu peso, tão pouco agora passeando sobre minhas pernas, em pequenos e graciosos saltos de meus sapatinhos marrons.....

Caminhei com os olhos marejados, porque já haviam tanto se enchido de lágrimas durante o filme, em momentos de emoção profunda, de alegria, de emoção boa, daquela que aquece o coração. Nunca me senti tão viva, tão eu, tão ali, extremamente conectada naquela vibração que envolvia minha alma.

Independente de religião, essa foi a lição mais bonita que ele nos deixou. Amado por todos, ele, antes de ser espírita era bondoso, era do bem.
E isso tudo ficou ainda passando pela minha cabeça enquanto eu descia as escadas rolantes, e me encaminhava até o terminal em que pegaria o ônibus para o regresso ao meu lar.

Eu sou do bem sim, eu só preciso acreditar mais, ver que com meus erros aprendo a ser mais forte, a ser melhor e mais feliz. Aprender que as vezes a gente sofre mesmo com problemas que não são nada....nada perto da grandiosidade da vida linda que o universo nos proporcionou.

Que essa minha neura de ainda não me sentir magra ainda é uma insegurança boba de menina que não significa nada perto da beleza de nossas almas. Que tão grata sou pela saúde que tenho hoje, que se meu peso sobe ou desce dois kilos, isso não muda em nada minha essência. E isso aconteceu durante toda a minha trajetória desde a cirurgia...o meu peso abaixa, depois sobe, depois abaixa, estabiliza ...e quando abaixa de novo ele sobe de novo....e assim ta sendo até hoje. O porque disso eu não sei, mas vai ver que tenho que aprender algo com o meu metabolismo.

To aprendendo que se o Universo conspira a seguirmos por determinado caminho ou a conseguirmos determinado bem é porque conseguiremos sim honrar com nossos compromissos e que isso nos servirá de muita utilidade na vida.

Em tudo o que importa não é o valor material, mas sim o valor emocional que isso carrega. Porque queremos ter tal coisa, estarmos em tal lugar, fazermos determinada coisa.....enfim, o que importa são nossos motivos....estes escrevem sim a nossa história.

Por isso com tudo que vivemos dia a dia e com as pequenas lições dos momentos é que aprendemos que podemos trocar de direção, e que não é vergonha nenhuma assumirmos nossos medos e tentarmos ser mais fortes.
Todo dia é dia de recomeçar, de conquistar de se encher de coragem pra tentar outra vez!

E é assim que eu vou, que eu quero seguir.....como a borboleta que homenageia o dia que entrei no consultório do médico e o Dr Paulino disse: Bom, agora é só manter....frase que eu nem acreditei que estava ouvindo.....tudo se renova a todo momento.
Vamos voar......nos libertar.....e deixar os ventos bons nos levarem.....lá vou eu....eu e minha borboleta....

terça-feira, 6 de abril de 2010

Seguindo em frente





A vida é uma grande viagem, só fica no mesmo lugar quem quer. E eu proponho um brinde a essa grande viagem!!!


Quando vamos seguir viagem, nos mudar de casa....pensamos: o que levar? o que deixar?
Me sinto nesse momento vivendo esta questão.....a necessidade de abandonar velhas coisas que existem mais por apego do que por necessidade e pensando com carinho no que levar.

Sinto que é hora de deixar pra trás aquela necessidade de encontrar o homem perfeito, o pai que eu não tive, que me proteja, que seja o sr perfeito mesmo, como na última relação que vivi, na qual só consegui enxergar isso ha algum tempo, que eu precisava tanto dele pra ser meu pai....mas de repente essa necessidade foi se enfraquecendo quando eu comecei a crescer e me enchi de coragem pra seguir adiante. Ou então o filho que eu queria salvar, dar um jeito na vida e resolver todos os problemas pra ele, como fiz com muitos ex-namorados durante muitos anos. Eles eu deixo aqui. Me ajudaram sim, me fizeram feliz, me fortaleceram, mas não busco nem degrau acima, nem degrau abaixo, busco em frente.

Sinto que é hora de deixar o medo, a sensação de incapacidade, o não poder e a ilusão de que isso tudo era verdade. Aos 38 anos saí do baú retomei a auto-escola e comprei meu primeiro carro. Antes eu sentia uma incapacidade, uma coisa que não sei explicar, como se todos fossem capazes de dirigir mas eu não. E esse "não" ficou anos pelo meu caminho, e ao invés de enfrentá-lo eu fugia, recuava e sempre ficava para trás. Depois de todos esses meses de auto-conhecimento, transformação e busca pelo meu "eu" verdadeiro, esse sentimento foi se enfraquecendo, e quanto mais eu enfrentava, menor ele ia ficando e mais forte eu ia me tornando. Estou tão feliz por ter tido coragem!!!! Coragem de admitir que eu tinha medo de ser dona da minha direção, de decidir a hora de ir ou de ficar, de decidir se quero ir pra direita ou pra esquerda.....a chave pra isso tudo foi entender, enfrentar e seguir adiante livre.

Sinto que é hora de abandonar a pergunta que eu mais fiz durante toda a minha vida "mas e o que é o certo", percebi que durante anos vivi em função do que eu achava que era o certo, e pra ser aceita eu precisava fazer o certo, então diante das situações eu sempre me perguntava, "mas qual é o certo a ser feito?" O certo pode não ser o eu consiga ser ou fazer, porém é o verdadeiro, e ser verdadeira hoje é minha única bagagem. Levar a verdade, vestida com toda a coragem e a alegria de viver a vida é o que quero fazer sempre.

Sinto que é hora de abandonar a dúvida, a incerteza e levar a fé adiante.

E seguindo em frente eu vou, hoje de cabelo enrolado, amanhã liso, simplesmente estando como me sinto feliz naquele momento.

Aprendi que tudo é mutável....não é porque você gosta de um tipo de música hoje que tem que morrer gostando desse mesmo tipo de música.
Por isso vou deixar a inflexibilidade e levar a vontade de experimentar novos sabores, cores, jeitos...

E no coração vou levar sempre a graditão, por poder experimentar tantas mudanças, e sentir-me mais viva, mais eu, mais feliz a cada dia.