quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Receita para ser feliz

Tenho refletido muito sobre as buscas que fazemos dia a dia em nossas vidas. Temos planos que são nossos ou que esperam que alcancemos? Somos o que gostaríamos ou tentamos nos encaixar socialmente, ou mais, será que só o que queremos é nos encaixar socialmente? Sem dúvida o ser humano é muito complexo, apesar de as respostas a essas questões serem simples.

Um trecho de um livro me inspirou a escrever sobre minha trajetória no ano de 2012
“Quem se conhece é possuidor de sabedoria a um passo da autoiluminação que o torna profundamente feliz. Aquele que se ignora caminha inseguro e enfermo emocional, buscando soluções fora dele, realizando processos de transferência de culpa a fim de poder suportar-se...” (do livro em busca da verdade)

Quando passei a me conhecer para saber em que ponto dessa trajetória eu estava, comecei a buscar as respostas para minhas dúvidas, e com isso aprendi que a resposta estava na observação, na reflexão, no entendimento e compreensão do meu ser essencial.

Durante todo o ano de 2012 li muito a respeito da psiquê do ser humano, de como funcionamos e como respondemos aos estímulos e situações com as quais nos deparamos, e sem dúvida para mim, isso foi fundamental, pois quanto mais eu me compreendia, mas a calma habitava em meu coração.

São vários os fatores que nos levam a caminho da compreensão de nós mesmos, acho que o primeiro deles é quando cansamos de resistir e bater de frente com as situações em que a vida nos coloca. Ninguém quer viver em conflito e enfrentamentos, é como viver em um país onde o conflito armado é constante e não há descanso. Então porque brigamos tanto com a gente mesmo? No meu caso era porque eu queria ser como eu não conseguia ser, eu queria achar que tudo estava sempre bem, mesmo quando parecia não estar, e isso até parece um contrassenso, pois na verdade tudo está sempre bem, quando tomamos este "estar bem" por estar certo. Mesmo a harmonia do universo às vezes parece ser caótica, mas o equilíbrio requer um pouco de claro e escuro para estar em harmonia. Ou seja, nossa sombra interior também colabora em nossa evolução, pois ela é natural e faz parte da nossa essência. Por isso, tive que entender porque se fazia guerra dentro de mim se o que eu mais queria era estar em paz.

Foi aí que parei de brigar comigo mesma e tentei entender o que eu estava sentindo, porque me sentia daquele jeito e principalmente, passei a respeitar o que eu sentia. Percebi que meu orgulho de querer estar acima de todos os fatos, me impedia de entrar em contato com a minha própria dor em aceitar que certas coisas ainda me machucavam, e que isso não significava fraqueza e sim, como me dizia minha querida terapeuta, isso é "ser humano". Somos seres em constante evolução, então aprendi que o que não é natural é nos sentirmos sempre acima do bem e do mal, pois nós somos esse bem e esse mal, o natural é que estejamos sempre em interação com estes modos de sentir, é a natureza é o ser humano.

E quanto mais eu investigava meus sentimentos e minhas reações diante das diversas situações pelas quais passei, mais eu me sentia leve, sem o fardo de me cobrar estar bem 24 horas por dia. Todo ser humano se acha um pouco Deus, ou pelo menos, gostaria de ser Deus, ser superior a tudo e a todos, não se abalar por nada, e acho que isso tem um pouco a ver com os sentimentos de baixa estima misturado ao orgulho, que penso ser utilizado por nós como uma arma de defesa, pra não nos sentirmos iguais a todo mundo, e nos fazermos especiais para nós mesmos. Só que na verdade não pensamos que o orgulho, ao mesmo tempo que é uma arma, é também um fardo, pois se nos achamos superiores a todos, cobramos de nós uma postura superior, e não natural, o que nos leva sempre a um sofrimento interno cruel, pois nós somos humanos.

E foi isso que me levou a entender o quanto essa aceitação de minhas dores e dessa sombra que habita meu ser, me fazia sentir mais humana, e quanto mais humana fui me sentindo, mais em paz e feliz fui ficando. Isso porque minhas energias foram se equilibrando, conectando minhas reais emoções ao meu corpo e meu espírito. Essa atitude anterior de querer me sentir sempre bem, levou-me a desenvolver em mim uma sede de poder, o poder de controlar minha vida, meu destino, meus sentimentos. Sabe quando a gente diz pra gente mesmo: "Eu sou dona da minha vida e as coisas vão acontecer do jeito que quero" pois é, era como ser um rei sem um reino. Como você vai controlar o que desconhece? se tiver uma dor de barriga agora nesse momento, ou se sua bexiga estiver cheia, vai conseguir controlar? Eram atitudes totalmente anti-humanas, ao invés de procurar ajudar minha natureza e desenvolver meus verdadeiros potenciais humanos, eu estava alimentando minha sombra e brincando de médico e monstro comigo mesma.

Se fizermos uma tabela no excel, um mapa dos sentimentos que mais nos rodeiam, eu teria colocado na coluna dos não bons o do controladorismo, do orgulho, e do egoísmo todos juntos. Sim, o do egoísmo também, pois quanto mais a gente se sente acima de tudo, mais não queremos a ajuda, mais nos sentimos autossuficientes, e isso é uma ilusão, ou melhor, uma confusão. Confundimos muito as coisas dentro de nós, pelo menos eu, confundia muito. Primeiro achava que estar bem ou estar mal tinha a ver com ser uma pessoa do bem ou do mal, depois que eu deveria viver bem comigo mesma, e que conselhos eram invasões, então era melhor ficar com as minhas próprias opiniões... e por aí vai, sem dúvida uma pessoa radical. Essa seria a outra qualidade que eu colocaria na minha coluna negra do excel.

Pra ver com clareza é preciso entender, compreender, e nada melhor do que a propriedade com que nos contam isso, os estudiosos do comportamento humano, que tanto tem a nos agregar, como você vai querer melhorar aquilo que não conhece? Tenho certeza que você que está lendo este texto, muitas vezes quis ser uma pessoa melhor, até tentou, teve raiva por não conseguir ser e desistiu. Isso é ser humano! Por isso te falo, ajuda tanto quando a gente se entende, vai a um encontro sem máscaras com nosso verdadeiro eu, e entende que tudo que a gente sente é humano, natural, normal.

Acolher a nossa sombra é o melhor jeito de cuidar de nós com carinho. Você vê alguém que tem o mesmo cargo que o seu no trabalho ganhando uma promoção, e sente aquela dor interna, aquela raiva, e ao mesmo tempo sente-se culpado por isso, e se acha uma pessoa do mal. Mas avalie, reflita que nós só sentimos aquilo que existe dentro de nós, só damos do que temos, e talvez aceitar que sentiu-se assim seja melhor do que negar a todos e engolir a seco uma raiva que pode se transformar em uma gastrite aguda.

Aprendi que todo ato de negação de nossa sombra, é um ato de agressão contra nós mesmos, ou seja, você fica doente, mas não admite, enquanto admitir, reconhecer e saber que isso é humano, vai te fazer tão mais feliz. É como se você dissesse a você mesmo: Puxa, me desculpe, mas não consegui me sentir feliz pela promoção de meu colega, e não é por ele, mas sim por me sentir diminuído, preciso tratar minha autoestima. Com isso você não fica doente e nem carrega o fardo da culpa. Tudo que sentimos, independe do exterior, pois está dentro de nós.

Aprendi também que quando planejo demais, me preocupo tanto em traçar metas que me desligo do presente que é onde eu poderia estar desenvolvendo meus potenciais, ao invés de estar traçando limites para eles. Pode não parecer, mas quando dizemos onde queremos estar daqui 5 anos, podemos estar subestimando nossos potenciais, e ao mesmo tempo, querendo controlar o que vai acontecer, como vai acontecer e onde vamos chegar. Já imaginou, 5 anos de cobrança e ansiedade? Aprendi que pra mim, isso não funciona. Concordo em ser prudente, previdente, mas não mais controladora. Daqui 5 anos eu não serei mais como sou hoje, então será que o que é bom pra mim hoje, vai ser daqui 5 anos? E as surpresas da vida, não as mereço? Para mim, prever o futuro é nunca querer ganhar um presente. E eu agradeço a vida pelo não acontecimento de muitas coisas que eu já quis, teriam sido simplesmente catastróficas!

Eu mesma escrevi há uns três anos atrás, e ainda continuo refletindo sobre isso “quero viver até os 112, vivendo um dia de cada vez, o hoje”.
Essa foi mais uma grande lição. Aprendi que só me sinto em paz quando estou “presente” em minha vida. Nem no passado, nem no futuro, e sim no presente. Pois só no presente eu sou, eu realizo, eu sinto, eu evoluo. E, ironia do destino ou não, pra quem viveu praticamente 40 anos querendo controlar tudo, a vida me trouxe grandes lições no ano de 2012 sobre o desapego, ou seria humildade?

Nesse ano, passei momentos de grandes aprendizados. Como, por exemplo, viver um dia após o outro confiando na vida, sem saber o que ia acontecer. Nem quanto vai receber no fim do mês, nem onde vai estar, nem nada! Pra quem tem crença, uma lição de fé, pra quem crê na vida, uma lição de humildade. E para mim, uma lição e uma grande prova de que estamos nesse mundo para aprender e não para controlar. “A certeza é a verdade dos tolos”, ouvi isso em algum lugar e pensei... pois é, quem não duvida, acha que já sabe tudo. Mas essa certeza da qual falo é sobre nós mesmos. Ter a certeza sobre nós vai contra a evolução, é dizermos que já sabemos tudo. E eu levei um ano pra aprender que a vida estava me ensinando que ela sabe mais sobre mim do que eu mesma. Eu acreditei, confiei, tive fé que Deus estava comigo sempre, e que eu estava passando somente pelas situações que me levariam ao desenvolvimento de minhas potencialidades.

Foi simples assim? Não, pode acreditar que este processo ainda está em andamento e vai continuar acontecendo sempre. Talvez eu tenha levado todo esse ano pra compreender o que a vida queria me ensinar, e eu resolvi aprender com ela. Parei de ficar pensando no que ia acontecer no mês seguinte e passei a me ocupar do que tinha para hoje.
O resultado: Gratidão pelo aprendizado. Por que? Sabe o que é você estar com você mesma e sentir-se bem, em paz, coração leve? Eu não sabia, e hoje eu me sinto assim!

Parei de depositar num emprego, num afeto, numa amizade, a responsabilidade da minha felicidade. E outra coisa, entendi que ser feliz não é necessariamente estar sorrindo sempre, mas estar em equilíbrio, as vezes chorar, mas depois compreender e se encher de forças para continuar e sorrir.

É tão curioso ver como as pessoas buscam ser a melhor médica, o melhor engenheiro, o melhor advogado, buscam ter o PHD, e quantos títulos os fizerem mais especiais, e as vezes não cuidam delas mesmas, vivendo o desequilíbrio entre o conhecimento que possuem sobre as coisas do mundo, e o quase nenhum conhecimento que tem sobre si mesmas.

Aprendi que quando me tornei um ser humano melhor, meu trabalho ficou melhor, meus relacionamentos melhoraram. Eu não sei se pra você funciona assim, mas para mim, quanto mais tudo se clareia em meu interior, com mais clareza enxergo a vida, mais amplio meus potenciais e em tudo que me faço consigo expressar essa energia.

Receita para ser feliz? Não existe! Talvez eu tenha escrito no título o que muitas pessoas gostariam de encontrar, mas o meu intento é inspirar você a fazer a sua própria receita. A fazer um ano novo diferente, dentro de você, para que possa viver um ano inteiro cheio de “hojes”. Olhe em volta e veja tudo ao seu redor. Acredito que o que chega em nossa vida é fruto do que atraímos, traduzem nossos valores e interesses, e são essas mesmas coisas que vem nos ensinar a buscar o desenvolvimento de nós mesmos. O que quero dizer é que em vez de correr atrás das consequências, você poderia tentar encontrar as causas, e com isso atrai-las, entendeu?

Ah! acho que o único modo de preparo que vai ter na receita de todo mundo vai ser: Conhece-te a ti mesmo!


Que em 2013 você descubra-se feliz.
Um feliz ano novo a todos
com carinho
Nanny

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Bom mesmo é viver a vida gente!

As vezes passamos uma vida tentando ser como alguém, se vestir como outra pessoa, cortar o cabelo como ela, comprar os sapatos, falar do mesmo jeito, ir ao mesmos lugares....as vezes perdemos uma vida, desperdiçando a oportunidade de oferecer ao mundo uma versão exclusiva e melhor de nós mesmos. Trate-se com carinho, Seja você mesmo, seja realmente feliz!
Porque querer ser como o outro? Um dos primeiros sinais do não estar bem conosco mesmos. Assim o mundo exterior nos parece sempre melhor para viver. Buscar ser o outro é fugir de nossa essência, nos perdendo entre quem realmente somos, e quem gostaríamos de ser. Copiar não é sinônimo de melhorar, e fora da evolução só encontramos a insatisfação, o sofrimento, o vazio em iludir-se e não conseguir realizar. Aproveite o momento para se conhecer. Se não gosta do que vê, hoje é o melhor dia para iniciar as pequenas mudanças. Dê um play para a felicidade e comece dançando no seu ritmo!
O não desenvolvimento de nossas potencialidades, causada pela desconexão com nosso EU real, tem efeitos físicos notáveis, na forma de distúrbios orgânicos que vão nos minando ao longo da vida. Assim chegamos à constatação que todo distúrbio exerce um papel funcional em nossas vidas, pode até ser momentaneamente contido através de medicamentos, porém, não se tratando a causa, não seguindo em busca do seu verdadeiro eu, e da restauração de suas potencialidades, o distúrbio volta a se desenvolver. Por isso tão importante se faz conectar-se, conhecer-se, tratar-se. Somos luzes, como podemos então passar uma vida sem iluminar? O mundo está cheio de possibilidades, até este pequeno texto é um start, para parar e pensar. Brilhem! Em caminhos iluminados podemos apreciar com mais facilidade as belezas da vida.
Quando vencemos a resistência e passamos a entrar em contato conosco mesmo, descobrimos que é preciso coragem, para encarar, admitir, e superar. Perdoar, auto-perdoar, assumir que sua situação atual retrata seu estado interior, e aí nos damos conta do quanto essa busca interior é essencial. E um trabalho em conjunto começa a acontecer. Comando interiores se combinam a aspectos exteriores promovendo uma mudança integral. Ou seja, a verdadeira mudança, pois mudar por fora não existe, aí é apenas dar uma repaginada. A mudança só existe na essência, na raiz da questão. O exterior passa a ser seu retrato fiel, e corpo e espírito se unem denotando nossa verdadeira identidade. Uma viagem está para acontecer, seu visto? Tá na mão, é só embarcar para o seu interior e descobrir um mundo infinito, repleto de aprendizados, e com tantas gratas surpresas, que se soubéssemos, já haveríamos embarcado há muito tempo! E você vai embarcar nessa? Fui!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PEQUENAS DICAS, GRANDES ATITUDES SEJA FELIZ HOJE, NESTA HORA, NESTA INSTANTE


Não se ofenda, ENTENDA
Não enfrente, ACOMPANHA
Não duvide, ACEITA
Não se revolte, LEVANTA
Não sofra, SORRIA
Não revide, ABRAÇA
Não discuta, CONVERSE
Não castigue, ARREPENDA-SE
Não recrimine, COMPREENDA
Não desanime, PROSSIGA
Não domine, DIVIDA
Não se oprima, EXPRESSA
Não reprima, CLAREIA
Não se esconda, PASSEIA
Não fuja, DÊ AS MÃOS
Não contamine, CONTAGIE
Não sufoque, RESPIRA
Não provoque, ANIMA
Não precipite, AGUARDE
Não se oponha, CONFORTE
Não maldigas, AGREGUE
Não desespere, ESPERE
Não conturbe, OBSERVE
Não julgue, APRENDA
Não destrua, RENOVE
Não minta, SINTA
Não impeça, experimente
Não corra, EQUILIBRA
Não iluda, ELUCIDA
Não se culpe, HUMANIZA
Não invente, ASSUMA
Não exija, CONQUISTA
Não idealize, VIVA
Não obrigue, CONVIDA
Não cobre, DISTRIBUA
Não vitimize, REFLITA
Não cristalize, MOVIMENTA
Não acumule, SELECIONA

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

No palco de salto Alto

Só quando nos relacionamos, somos capazes de nos conhecer ao íntimo, mas pra isso precisamos de muito lucidez...lucidez e vontade de nos enxergar, assim como somos. Ainda crianças em plena fase de crescimento. E é ao soar dos primeiros passos que aprendemos a olhar as pessoas que estão ao nosso redor, com compreensão. A entender que a fraqueza do outro ...no dia de hoje, pode ter sido o motivo do nosso tropeço no passado, ou ainda será a pedra na qual tropeçaremos no futuro.

Somos todos iguais. Sucetíveis a erros e acertos, e a mais errar ainda do que acertar, porque ainda estamos tentando. E as vezes ainda estamos buscando...buscando um caminho, buscando como ser feliz e até mesmo buscando saber quem somos.

Porém uma coisa é fato, somos apenas seres humanos. Nem melhores, nem piores, porém pode ser que sejamos iludidos de quem somos de verdade. Admiro aqueles que se sentem a vontade para julgar. Julgar pessoas, julgar trabalhos, julgar atitudes.

Por isso peço a Deus que me ilumine com seu amor, para que eu possa ter como colírio a compreensão. Peço também que me encha de entendimento, para que meus ouvidos tenham a humildade de aprender, e que mantenha acesa em meu coração a chama da fé, para que meus passos continuem a ser iluminados sempre, mesmo que eu tropece e caia.

Para mim, a vida é assim, evolução constante. E em cada lugar temos a oportunidade de sermos distintos personagens,...assim, como num teatro, com a diferença de que, ao fim de cada cena teremos escrito os desfechos de nosso próximo ato.

No momento em vigência, estou no palco com saltos muito altos. E meu personagem anda por diversos ambientes, as vezes o solo é suave, é reto e pavimentado, às vezes ando sobre paralelepípedos, outras vezes sobre a grama, ou mesmo sobre o chão batido. Os saltos que visto são os do equilíbrio, e eu mesma escolhi meu figurino.

O salto engancha, entorta, bambeia, mas eu vou, eu sigo, me mantenho firme, e a cada vez que entorto o pé eu aprendo que não adianta correr, nem me precipitar, pois isso só me levaria ao chão, mas se eu conseguir manter a serenidade e caminhar com calma posso até ser elegante e receber os aplausos da vida, que me assiste paciente e compreensiva.

A vida é boa, a vida é uma dádiva, pois ela nos permite, nos impulsiona e nos dá todo uma vida para sermos felizes. Encerro esta reflexão com uma frase despertenciosa mas que tem totalmente a ver como meu ato, meu palco, meu momento: Não posso controlar como sou percebida, mas posso controlar como me apresento!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Três anos e 2 meses: O começo, o meio, o fim...de um ciclo


Em outubro de 2009 eu procurei o consultório da psicóloga Dra Andréa Cristina Feitosa, e deu-se início a todo um ciclo em minha vida, que até deu origem a este blog. Gostaria de compartilhar com vocês alguns trechos marcantes de toda essa trajetória, através de minha carta de despedida. Dia 20 de dezembro de 2011 eu tive alta. Agora se inicia um no ciclo, com novos aprendizados, novas constatações, e novas EUS que estão por vir, e é claro, novos posts, e com certeza e muita fé em Deus, uma obra que inspire muitas pessoas a irem ao encontro de si mesmas para viverem a felicidade em toda sua plenitude!

Obrigada a Todos que me ajudaram a chegar até aqui, pelo simples fato de terem convivido comigo, ou muitas vezes terem me ajudado a ver a vida diferente.

O Começo!
São Paulo, 20 de dezembro de 2011.
Querida Dra Andréa,
Há mais de três anos, iniciei um processo de Desilusão comigo mesma.
Desfazer a ilusão de uma Nancy que eu criei pra mim mesma, e com a qual vivi por quase 40 anos foi um desafio, mas uma das melhores coisas que estou fazendo na vida!
Acho que no processo de ir dissolvendo esse mundo no qual eu achava “certo” viver, eu fui entendendo porque o criei. Era muito difícil para mim saber como as coisas deveriam ser e não conseguir fazer com que fossem desse jeito, simplesmente porque eu não conseguia sentir desse jeito...e para suportar esse conflito interior, eu criei uma Nancy. A politicamente correta, a boazinha, a que sorria por fora e chorava de desespero por dentro...não sempre, mas em muitas situações. Por que no meu mundo eu era um ser frágil e indefeso?? Nem eu mesma entendia isso...


A Constatação!
Mas essa Nancy tocou na porta de um consultório, há três anos e dois meses atrás...
O objetivo dela era fazer alguns testes, que ela nem sabia bem o que seriam, e poder fazer a cirurgia do estômago. Bom, ela estava enfrentando umas semanas difíceis, pois teve que admitir que estava obesa, depois de “já ter sido”, “não ter sido mais” e “voltado a ser”. Era tanta coisa pra contar, pra falar, mas eu ainda me lembro que ela chegou lá contando de um cara que ela namorava. Ela não estava feliz, mas também não tinha força pra colocar o cara pra correr. Quanta coisa pra resolver....tanta teoria e conseguir colocar na prática não tava nada fácil. Eu não sabia o que fazer primeiro, era melhor colocar o dedo na tomada e levar um curto, pra ver se alguma coisa acontecia...porque a sensação que eu tinha era a da total estagnação. Simplesmente nada acontecia, dentro de mim. E por isso apesar do meu tamanho, apesar de ter conseguido tantas coisas materiais, em mim habitava o grande buraco de Corali. E aí eu aprendi a primeira lição: mudança é um processo, e processo leva tempo. Mas será então que eu queria mudar?

A Reflexão!
Não era só a questão de operar o estômago e exterminar a possibilidade de uma possível diabetes ou de parar de tomar o remédio da pressão, mas era uma questão de encarar que eu não estava feliz com várias coisas dentro de mim, pois era justamente isso que meu estado físico refletia. Eu já não queria mais toda aquela mobília atravancando minha casa mental, e estava sem paciência pra tirar móvel por móvel...queria jogar uma bomba e emplodir o prédio. Então eu fiz os testes, fui aprovada e passei para a próxima etapa, a do tratamento.

A Paciência!
E foi com toda a paciência que fui “obrigada” a ter no meu primeiro mês pós-cirurgia, que aprendi que vivemos um dia de cada vez. E daí foi uma sequência de coisas que foram me fazendo refletir, discutir, estabelecer uma visão observadora e a realmente olhar com verdade para tudo o que impedia que eu sentisse bem-estar. Uma das primeiras coisas que observei, foi que as pessoas me tratavam com implicância, porque eu mesma implicava comigo. Percebi que a “dor” é um momento para parar, sentir, entender, metabolizar... para depois então conseguir se perdoar e superar.


Ser Humana!
Quem sou eu pra querer que tudo seja perfeito aqui e agora?? Aprendi que emoções são amadurecidas com o viver de experiências, quando a gente realmente se envolve e é verdadeiro. Então não dava pra eu querer ser adulta se eu não tinha passando ainda pela fase adolescente. E foi daí que tive que conviver com minha criança e ter a paciência de vê-la andar por todos os territórios de minha vida, pois pra ser adulta, eu precisava ser criança, adolescente, jovem e depois adulta.
Ninguém dá saltos, o ser humano evolui, caminha, e eu não sou diferente de ninguém: não tenho um acelerador turbo nas minhas costas para sair voando. Portanto fui me movendo, sem ir contra a natureza, mas justamente contando com ela para romper o casulo somente quando eu estivesse forte o suficiente para voar.

O Desenvolvimento!
Eu daí eu me vi crescer. Dei meus primeiros passos, e minha vida caminhou para um contexto adulto. Comprei um carro, parei de namorar meninos e conheci os primeiros homens da minha vida. Tinha bastante teoria pra articular, mas não era fácil ser mulher, e muitas vezes eu sofri, ainda por me sentir tão menina para tudo aquilo. Mas fui corajosa. Dei cabeçada, chorei, sorri, sonhei, realizei e foi, sem medo de ser feliz ou triste, apenas acreditando na inerente evolução do ser humano, que eu andei pra frente.

A Multiplicidade!
E pra sentir o equilíbrio que eu tanto buscava, e me sentir satisfeita e em paz comigo mesma, independente de quem estivesse ou não em minha vida, eu precisava fazer um resgate em todas as estações da minha vida. E como num movimentar de energias eu fiz acontecer várias situações que impulsionaram a Nancy filha, Nancy redatora, Nancy mulher, Nancy amiga, Nancy pessoa. Mas o bom de tudo isso foi ter aprendido a virar minha espectadora assídua, na intenção de compreender minhas próprias expectativas em gestos e palavras. E foi assim que me recolhi em uma atitude positiva de observação, sem censura, sem julgamento, abandonando a culpa, e sentindo minha alma mais leve.

A Energia!
Acredito que tudo o que nos envolve é energia, e essa minha teoria é um aprendizado meu com essa Nancy do ontem, com a Nancy do hoje. Nessa transformação, eu transcendi aos meus pré-conceitos e busquei a meia-medida, a medida que nos faz seres humanos e não super heróis. Eu estava livre não precisava mais salvar ninguém, nem a mim mesma, eu só precisava me entender, e buscar uma maneira de ser feliz. E no movimentar dessas energias de transmutação eu percebi que toda vez que vibrei energia da falta (falta de alimento, falta de amor, falta de felicidade) eu estava enviando para minha alma e ao meu corpo a energia da escassez, fazendo que ele armazenasse tudo o que eu comia, já que estava vivendo na eterna falta, e consequentemente para suportar a falta de amor, eu me protegia dentro dessa capa de gordura. E foi quando então, eu despertei para a quebra desse círculo vicioso em que eu vivi toda a uma vida.

Amor!
E daí eu aprendi que primeiro precisaria entender e amar essa Nancy gordinha, que vivia sorrindo, mas ainda com contava com emoções tão imaturas, tão inocentes. Aprendi entender que ela fez tudo do jeito que podia, já que de uma maneira meio desajeitada buscou sempre fazer o certo. Aliás, aprendi a respeitar o conflito no qual ela vivia, entre tudo que acreditava que era o certo, e o que ela realmente queria ser e fazer.



O Resgate!
E quanto mais eu compreendia essa Nancy dentro de mim, mais ela se sentia convidada a participar de toda essa mudança que estava acontecendo no meu corpo, pois sem ela eu não iria a lugar nenhum. Ela era minha alma, minha essência. E dessa Nancy, nasceu a Nancy de hoje, uma pessoa que consegue refletir, através de sua forma toda a real alegria que sente por ela mesma e pela vida. E daí me dei conta de que toda essa cirurgia, foi uma operação de resgate, uma viagem em busca do meu verdadeiro eu.

O Encontro!
Eu não conhecia a verdadeira Nancy que morava em mim, pois ela estava tão escondida e protegida, que era impossível conhece-la na intimidade. E por isso mais uma vez busquei na paciência e perseverança de minhas crenças, a fé de que eu ia sim conseguir encontrar as respostas, e amadurecer minhas idéias, aprendendo que o ser humano é aquilo que tem condições para ser.

A Evolução!
E como a vida sabe muito bem o momento de nos trazer novas oportunidades de evolução, em 2011 viriam ainda mais duas das grandes e, que movimentariam minha vida pessoal e profissional. E foi num cenário onde tudo parecia tão desfavorável a mim, e onde eu poderia ter optado por ver o caos total, que eu me descobri, compreensiva, mais forte, e principalmente, mais adulta. Tropecei sim por várias vezes, mas a cada pisada me fortalecia. E foi no meio da tempestade que eu me vi mais madura, e compreendi que o que acontecia comigo não era nada demais, nem de menos, e sim o essencial para que minha alma pudesse crescer, e eu cresci. O mais incrível foi constatar como o meu amadurecimento pessoal enriqueceu meu lado profissional, e isso porque as palavras que saem de mim, dizem muito sobre mim.


O Bem-estar!
O poder realmente está dentro de nós, e esse foi meu maior prêmio, descoberto nessas sequências de transformações, que pretendo continuar sempre.
Essa viagem ao encontro de mim mesma, me levou muito além do que eu esperava!
Agora em mim, a menina descansa, depois de ter lutado tanto para se transformar em uma mulher. Nossa, e que mulher! Eu me espantei comigo mesma, e conheci o sentimento de sentir-se bem consigo mesma. Foi um presente da vida, um sentimento que até então eu nunca havia sentido, uma paz na qual eu posso fazer silêncio dentro de mim, para ouvir o mundo a minha volta e para ouvir principalmente a mim mesma.

O Equilíbrio!
Foi um alinhamento de planetas: meu corpo, minha idade, meu espírito, agora sim há conexão. Sinto os primeiros traços do equilíbrio, e consigo ter uma identidade própria. A conquista da paciência em diversas situações, me leva a ter o tempo que preciso para analisar, e principalmente “sentir”. Ao contrário de antes, quando eu negava a falta de paciência, e me sentia culpada por não estar me sentindo bem comigo mesma.
Depois de uma vida pensando no mundo, busco senti-lo.


A Gratidão!
Bom Doutora, tudo isso que escrevi, e que você compartilhou e viveu comigo, e eu quis lhe dizer não pra fazer um simples repeteco, mas pra agradecer, pela ótima companhia que me fez nessa viagem. Como estou grata por ter realmente me desiludido, e agora conseguir dar largos passos na realidade. Obrigada por ter me ajudado a avaliar minhas escolhas e avaliando os melhores caminhos a seguir com clareza, sempre ressaltando os pontos a favor e os contra. E foi aprendendo a ter bom senso que eu cheguei até aqui e que eu vou em frente. Agora somos “a nova eu”, Deus e todas as pessoas que estão a minha volta e que através da convivência me oferecem em cada nova situação um novo jeito de ser, viver, sentir. Agradeço a Deus e ao universo por essa oportunidade.

A Felicidade!
Obrigada por ter estado ao meu lado Dra Andréa, e que a vida lhe sorria do mesmo modo que estou sorrindo agora, cheia de alegria no coração!
Que o ano de 2012 seja tão ou mais maravilhoso do que o de 2011.
Vou feliz.
Beijos com carinho
Nancy


A foto foi feita na noite de Natal 2011, eu e minha tia Daysi